terça-feira, 17 de setembro de 2013

LUIS LEIRIA LANÇA SEU PRIMEIRO LIVRO DE CONTOS, NO BRASIL


                                                 
                            O JORNALISTA LUIS LEIRIA, NO
                            BRASIL,  LANÇA SEU PRIMEIRO
                            LIVRO DE CONTOS "O INFERNO
                            DE OUTRO MUNDO".

                              Jornalista experiente em jornais impressos, no jornalismo eletrônico e hoje editor cultural do site internacional ESQUERDA.NET, o português Luis Leiria está no Brasil para o lançamento de O INFERNO DE OUTRO MUNDO, seu primeiro livro de contos.

                            DOS FATOS AOS CONTOS 

                    Desde a leitura de suas primeiras linhas, é fácil identificar sua veia jornalística presente nos relatos de fatos, alguns um tanto corriqueiros, mas que com a interferência da imaginação do autor vai transformando-os em peças ficcionais.

                    O leitor é envolvido pela leveza da prosa, simples e fluente dos contos, que oscilam entre o registro da realidade, em que ocorrem os fatos e seus elementos transformadores. Os fatos não são aprisionados ao que simplesmente são. Passam sempre pela visão do narrador e sugere ao leitor sua própria interpretação. Assim como seus conteúdos, sua forma discretamente vai se alterando como se passasse do acontecimento para a crônica (gênero que faz falta e anda esquecido por nossos autores) até chegar a sua finalização, que foge também da tradição burguesa do final chocante. Seus finais são naturais, assim como começaram. Nenhum impacto para encerrar. Acabou, chegamos ao fim do grand-finale burguês. 

                    O novo é o que fica na memória do leitor é a proximidade com o que foi narrado. Como se também fosse integrado à esse relato. Sem forçamentos. Evidente em "A carecada", o personagem é um barbeiro, que chegou a sonhar em cortar o cabelo do ditador Salazar, e é chamado à cumprir um dever da Nação e cortar os cabelos de jovens rebeldes, revolucionários, subversivos remontando a  linguagem da época, em sua simplicidade ao ver os jovens que lembram seu próprio filho, começa a questionar aquela obrigação lhe imputada pelo poder policial do estado autoritário.  Para  nós brasileiros, lembra-nos muitas passagens de nosso cotidiano durante ditadura no Brasil. O livro fixa-se bastante no período que antecedeu e logo posterior a Revolução do Cravos, com suas influências sobre a cultura de Portugal, os países da língua portuguesa e sobre o autor Leiria. 
                          

     NO CONTO BENVINDOS CAMARADAS : 
"LIBERDADE TOTAL, VERDADE INTEGRAL. REVOLUÇÃO TAMBÉM É ISTO". 

                                                                                                      
  "REVOLUÇÃO DEPOIS DA REVOLUÇÃO"

                  Há sempre uma relação dialética entre o que é narrado e seus personagens.Entre realidade e  imaginação, entre as ditaduras dos dominadores, que impõem suas loucuras com seus comportamentos autoritários versus a resistência, que na luta diária pela sobrevivência sempre encontra suas vazões e através do trabalho vai gerando nova realidade. E, conforme vai mudando, as relações também mudam e com as mudanças, novas dificuldades. Como é confirmado no conto Benvindo Camarada, ao tratar do relacionamento comum  depois de um dialogo tenso entre um casal, afirma: - "Combinamos que vamos namorar, mas temos completa liberdade. Ela pode ter os casos dela e eu os meus. Quando isso acontecer, devemos avisar o outro. Liberdade total, verdade integral. Revolução também é isto." 

          Ás vezes, o adensamento da dor resulta em humor. Mas, sempre reais. O livro tem passagens de diários de revolucionários em luta contra a ditadura. Momentos onde se confundem história e ficção. 
        
                    HABILIDADE LIBERTÁRIA                         
                   A publicação no Brasil e a leitura de O Inferno de Outro Mundo de Luis Leiria, é um estímulo para novos impulsos literários. Fundamentais e necessários para que não se reduza a inventividade pelas restrições do poder opressivo dos limites, que sempre visam impor a ditadura de uma única realidade, mas que também não se oculte sua verdade desvinculando-a dos processos livres para o desenvolvimento da cultura literária. Para a produção literária requer-se o conhecimento dessas duas forças, inclusive para superá-las e fazer arte. Luis Leiria, as maneja com maestria. 

           Resulta em muito prazer lê-lo.                                    
                                                                                                                                                                                                                              THAELMAN CARLOS                                                                      JORNALISTA, POETA E ESCRITOR
     

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