quinta-feira, 14 de junho de 2012

EM "SAUVER DE BOSSA", COM INVENTIVIDADE PAULO COSTA PROVOCA A MPB.

PAULO COSTA COM SEU VIOLÃO APRESENTA 'SAUVER DE BOSSA" . NESSA FOTO, LEMBRANDO ALGUM POETA ROMÂNTICO  FRANCÊS OU TAMBÉM NOSSOS SERESTEIROS, COMO FRANCISCO ALVES.
                 
         Mudando o foco               
                               ' JG : GÊNIO OU LOUCO" ?  
         
                  Após tocar duas músicas,  "Às vezes" e " A paz é que preciso", feitas com os parceiros Antonio Miranda e José  Luís Penna, abrindo sua apresentação ontem (13/06/2012) no SESC - Pinheiros, Paulo Costa  em seguida advertiu o público : "- João Gilberto é um gênio reconhecido mundialmente e não deve ser apenas conhecido como um ego excêntrico, como muitos repetem insistindo para que ele fique assim conhecido.Ao forçar incessantemente, apenas essa imagem , deixamos de conhecê-lo verdadeiramente e assim ignorar o que ele faz de melhor , que é a sua música maravilhosa." E, no violão acompanhou-se cantando: "Oba- lá-lá." do mestre fundador da bossa nova. Vieram outras.

          Invertendo a ordem tradicional dos shows, em  que os intérpretes somente apresentam seus músicos no final do show ou antes das últimas músicas, Paulo Costa passou a apresentar os músicos, que o acompanharam em todas as músicas, com extrema competência : Felipe Avila (guitarra jazz) Ale Dasmaceno ( bateria) Beba Zanetinni (piano) e Maurício Nizzi (contrabaixo). Os arranjos do maestro Avila, apresentaram a tradicional levada da bossa nos variados ritmos típicos brasileiros como o samba e o  baião incorporando a eles a característica fusion do  jazz progressivo em um timbre delicioso que transforma  músicas já conhecidas em  versões quase new age dessas canções. Nesse suporte, os músicos passam a ter seu espaço para saírem apenas do básico para utilizarem com liberdade individual a inventividade de seus instrumentos.E, o fazem com máxima segurança e competência.
O REPERTÓRIO MESCLADO DE CANÇÕES PRÓPRIAS, PARCERIAS E ALGUNS CLÁSSICOS DA BOSSA NOVA

BOSSA NEW AGE 

Os arranjos vocais poderiam ser mais explorados, Costa é um ótimo cantor e intérprete. Podendo arriscar-se mais , talvez acrescentando algumas backings vocais , o que  o auxiliaria para ficar mais à vontade para soltar-se mais nos agudos e falsetes, que chega a utilizar mas de modo muito contido, o que aparenta alguma monotonia em algumas de suas interpretações. Exigindo muita atenção do público ou conduzindo-o para o acompanhamento da letras, em geral, bem realizadas não se arriscam muito na experiência poética. Apenas a letra de "Elo"  feita com Tiago Araripe, apresenta um bem acabado formato com alguns achados construtivos dessa linguagem, que com a boa música e interpretação harmônica mostram uma interatividade sugestiva e diferenciada em relação a maioria.

Fugindo dos lugares comuns da média, que correntemente ocorre em torno da sigla MPB, Paulo Costa com habilidade qualifica sua contemporaneidade. Demonstrando, que nem sempre, artistas devem aprisionar sua criatividade a regras e imposições do mercado, já um tanto saturado por "axés" e "pegações" redundantes.E, que apesar desse comportamento alimentar a indústria comercial da música, enriquece a quem a ela se submete, sem nenhum senso crítico.Nada acrescentando à linguagem artística , ao contrário, apenas serve para  torná-los prisioneiros de sua própria pobreza artística, com com seus excesso e repetições.

Nesse campo minado das arte e manhas da relação música/mercado,  esse trabalho de Paulo Costa sugere uma ventilada de inventiva necessária para a reflexão e renovação, em sentido simultâneo de resistência (quando assume a tradição da bossa nova) e renovação, quando propõe ser o elo de continuidade dessa estética, atualizando-a para nossa época.
ARTE E MEIOS

Que o futuro traga os frutos dessa luta renovadora. Para isso é fundamental, que tudo  fique registrado nos meios disponíveis, seja ao vivo nos shows ou em CD, DVD, internet, rede sociais aliás, a página de  Paulo Costa no my space : http://br.myspace.com/paulocostasongs vale a visita para quem ainda não conhece, O importante é que haja a documentação para o reconhecimento necessário. Já, que ainda a arte, seja ela qual for necessita de suporte para existir.   
          
           Costa assume o risco: Da invenção na arte não há para onde fugir. Apenas, salvar-se tocando, cantando, renovando-se. 

'SAUVER DE BOSSA"    
DIA 15 SEXTA, 20H ,TEATRO 
SESC BOM RETIRO

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