sexta-feira, 13 de abril de 2012

MARÉ




   

 Da leitura glauberiana das relações inconsciente/consciente representado pelo oceano, onde chegamos às nossas profundezas. O oceano tido como origem da vida, mãe do mundo. E seu incessante renovar-se, produzindo seus sons misteriosos, canto coral ouvidos nas conchas, em sua beira, chegando aos nossos pés com suas ondas e espumas. Permanente ir e vir. Como a vida. O mar também é em si mesmo.

Há uma teoria, não sei se comprovada, não importa, que a vida do planeta se originou da energia produzida pelo encontro da água do mar com o sol e a areia.Pensava muito nisso.Observar o reflexo desse contato é vital para minha vida.

Como o oceano a poesia também deve bastar-se, não necessita explicações.Sua fluência, como a do mar, diz em si. O leitor é o mergulhador, que descobre-se a cada inspiração/expiração. Descobre seus próprios sentidos, sem sinais para orientá-lo.Molhar-se nessa água é decisão de cada um.Ir até onde conseguir.

Não há salva-vidas para a poesia.


                       

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